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Foto do escritorBruno Ariel

ENTREVISTA: DINAMITE CLUB


Essa semana nós tivemos a honra de conversar com uma grande banda da cena nacional, a Dinamite Club. Na entrevista a banda comenta um pouco sobre a cena local, sobre as influências da banda e muito mais!


A Dinamite Club é uma banda paulista de Pop-Punk formada em 2010 e atualmente composta pelos amigos Bruno Peras (Voz/Baixo), Márcio Rodrigues (Guitarra), Leon Martinez (Guitarra) e Eric Matern (Bateria), conta com 2 álbuns e 1 EP na sua carreira, sendo que o álbum “Nós Somos Tudo o Que Temos” lançado em 2017 pela HBB Records,  é o trabalho mais recente da banda, além de já terem se apresentado ao lado de bandas como The Wonder Years e The Story So Far.

A Dinamite Club estará em turnê no começo de Abril ao lado da banda Neck Deep passando por Rio de Janeiro no dia 05, São Paulo no dia 07, Curitiba no dia 08 e Porto Alegre no dia 09 e você ainda pode adquirir ingressos para esses shows em: http://bit.ly/NeckDeep-BrasilTour (Exceto São Paulo, que os ingressos estão esgotados e só terão 30 na porta no dia do show).


Antes de qualquer coisa gostaríamos de dizer que estamos muito felizes e honrados pela oportunidade e gostaríamos de agradecer a confiança que a banda depositou em nós e também ao apoio de todos vocês!


Mas agora vamos ao que importa, esperamos que vocês gostem da entrevista!

Respondido por Márcio Rodrigues (Guitarra):


We Are Fearless: Como a banda começou? Quais foram as maiores influências de vocês para solidificar um som próprio e autoral? Neck Deep também tem sido uma influência pra banda?

Márcio Rodrigues: O Dina – apelido que damos para Dinamite Club haha – foi formado em 2010 pelo Leon (guitarrista) e o Dan (ex-guitarrista). Depois entrou o Peras e o Eric. Dois anos depois o Dan saiu e o Peras me convidou. Naquela época nossa formação era de 5 pessoas, com o Peras só cantando e o Nilo no baixo. Esse ano a gente completa 08 anos e faz um 5 (acho) que somos em quatro: Eu e Leon nas guitarras, Eric na bateria e Peras no baixo/voz. Nossas influências, em geral, são as bandas de pop-punk de todas as épocas, com um destaque a mais para as bandas mais recentes. Entre tudo isso, tem muita coisa de hardcore também. Acho que para exemplificar, seriam: Set Your Goals, New Found Glory, H2O, No Use For a Name, Knuckle Puck, Descendents, The Story So Far, Counterparts, Four Year Strong, Real Friends, Blink-182, The Wonder Years, Youth Decay, Decade, The Starting Line. Além disso, tem também as influências individuais em que cada um ouve uma coisa em cada fase da vida. A receita é misturar tudo e ver no que sai haha.


Neck Deep faz parte das bandas novas que muito admiramos. É muito legal acompanhar a evolução deles desde os primeiros EP’s e ver a relevância que eles conquistaram na cena pop-punk mundial. Essa crescente contribui de uma forma global, estimulando o surgimento de ainda mais bandas e, no fim, todo mundo ganha. Certamente é uma das nossas influências atuais e, particularmente, o meu disco preferido é o “Life’s Not Out To Get You”.


WAF: Desde o lançamento do álbum “Tiro & Queda” em 2013, qual foi a maior mudança no som da banda? Como tem sido a resposta do público em relação aos trabalhos mais recentes da banda?

Márcio: Acho que a maior mudança é que agora fazemos tudo 100% juntos e isso democratiza as composições. Alguém leva a ideia e a gente condensa juntos em estúdio e planejamos cada detalhe até que a música exista. O engraçado é que tanto no T&Q quanto no “Nós Somos Tudo o Que Temos” tem músicas diferentes entre si: pesadas, baladas, hardcores, poppunks, breakdowns, etc. Eu costumo dizer que esse segundo disco é tudo o que sempre fomos de um jeito diferente do que sempre fizemos. A resposta tem sido ótima. As pessoas abraçaram especialmente a mensagem do disco que foi algo que demos muita atenção. Nós somos uma banda que fala sobre a parte boa da vida sem fingir que a parte ruim não existe. E as pessoas tem entendido isso muito bem.


WAF: Como foi o processo de composição do álbum “Nós Somos Tudo o Que Temos”? Na hora de compor, vocês preferem se reinventar e mudar para extremos ou conduzir a banda num ritmo de “fases”?

Márcio: Nós fizemos tudo 100% juntos. Muitas, mas muitas horas mesmo de ensaio. Quem vê de fora não faz ideia do quanto uma música muda de forma até que vá para o disco. São muitas pré-produções e foi isso que mais gostamos do processo do novo disco. A gente sentava no estúdio, unia nossas inspirações de riffs, temas e progressões e fazíamos a mistura com muita paciência. Ok, às vezes com nem tanta paciência assim. A parte de levar nos extremos dá para ver nas músicas em como elas são diferentes. Sempre bebemos de diversas fontes e por isso sai uma música com guturais, por exemplo, e outra mais balada.



WAF: Qual foi a maior conquista da banda até agora? E qual é a parte mais difícil sobre estar em uma banda?

Márcio: Vou me arriscar a dizer pelos outros caras haha, mas eu acho que ter a oportunidade de abrir uma tour de uma das bandas que mais amamos foi nosso ponto mais alto. Isso conteceu em 2016 com o The Story So Far e será completamente inesquecível para todos nós para sempre. Teve também a vez que a 89.1FM tocou nossa música. Puts, nesse dia eu fiz minha mãe ouvir a rádio hahaha. E, claro, poder lançar discos. Isso é uma conquista e tanto, especialmente numa realidade como a que vivemos.


O momento para a música independente, especialmente o rock, não é tão bom e eu costumo chamar de “playlistização da vida”. As pessoas se acostumaram com singles e, numa sociedade já ansiosa, ninguém aguenta mais ouvir um disco todo, então só montam playlists nas plataformas de streaming. É bem triste. Tem sido difícil também manter uma banda numa realidade em que casas de show estão fechando, público ficando só na internet e tudo mais. O momento é ruim para toda a cadeia. Poxa, até a Gibson anunciou problemas financeiros, imagina para todas as bandas independentes do mundo? E estúdios de ensaios e gravação? Nunca foi fácil, mas uma época pareceu que sim. E hoje voltou para o que sempre foi: difícil e acima de tudo por amor e por amigos. 


WAF: Esse ano a banda lançou o clipe para o som “Stop Making Stupid People Famous” em um formato totalmente diferente, o que mais podemos esperar da banda pra esse ano? Mais clipes em formatos diferenciados, talvez novas músicas?

Márcio: No dia que gravamos esse clipe estávamos saindo do estúdio de onde gravamos outro clipe hahaha. Ele está pronto, mas vamos lançá-lo mais para frente, talvez no segundo semestre. É um clipe de uma música que amamos e que está carregado de emoção por conter muitas participações especiais. Ficamos muito felizes em ter lançado “Stop Making Stupid People Famous” naquele formato e, especialmente, por ter sido gravado em apenas um take. A gente tem algumas ideias de outras coisas mas não posso falar ainda haha. Sobre músicas novas, ainda não planejamos entrar em estúdio para gravar, mas para compor, certamente e em breve.



WAF: Como a banda enxerga a cena gringa atualmente? E como a banda enxerga a cena local? Vocês acham que falta alguma coisa para que a cena local cresça da mesma forma que a cena gringa em termos midiáticos? Márcio: A cena gringa tá voando! E a gente acha isso muito irado. Apesar do fim da Warped Tour, bandas como o Neck DeepState Champs, Knuckle Puck, The Story So Far e por aí vai, estão puxando todo o movimento para o alto. Isso é muito legal! Até mesmo o Blink-182 ter lançado um disco inédito – e fodasso – depois de anos é importante para a música e para o poppunk. Agora, penso que a cena local vive um momento mais embrionário. Existem bandas muitos legais e comprometidas em ganhar quilometragem, tipo: Never Too Late, Hurry-Up, Navy Blue e o próprio (e lindos) do Phone Trio voltando a ativa depois de muitos anos parados. Tem também o E U : M A Q U I N A que é do Gab Scatolin, que produziu, mixou e masterizou nossos discos, e lançou um baita disco ano passado. Além dessas bandas mais pop-punk tem a galera do punk/hardcore que soma e que tudo vira uma coisa só, entre eles, Chuva Negra, Bayside Kings, Horace Green, Blackjaw, Bullet Bane, Pense e por aí vai. Muita banda boa produzindo coisas ainda melhores. O resumo é que, apesar de tantos pontos contras em termos de rock no Brasil, acreditamos que as coisas vão melhorar especialmente por tudo ser cíclico mesmo. É um movimento natural. Acho que mirar em ter uma cena parecida com a gringa é muito alto, mas dá pra gente ter uma cena nacional saudável.


Entre toda a infra que sempre pode melhorar, o fator determinante para mim é a colaboração do público. Sair um pouco da cadeira e se dispor a ir a um show conhecer bandas – veja bem, eu disse conhecer, não gostar -, comprar merch, cd e tudo mais que é produzido. Penso que o momento é de disposição, de todo mundo fazer um pouquinho pelo todo. Cada presença em show conta, cada play em música, cada camiseta comprada. Também acho legal pra caramba o surgimento de pessoas produzindo conteúdo sobre a cena como as meninas do site Not Dead! e do canal no youtube “Seis de Outubro”, ambas fazendo um trabalho muito legal sobre o pop-punk especificamente, tem também o Roberto Rivas que sempre está em shows diversos fotografando. No fim, é sobre isso. Cada pessoa ajudando de alguma maneira. Tudo conta e conta muito, especialmente num cenário que raramente é sobre ganhar dinheiro, mas sim, amizades e histórias para contar.


WAF: Em 2016 a banda tocou ao lado de bandas como The Story So Far e The Wonder Years, como vocês sentem em relação a essas experiências? Como vocês se sentem de agora ter a oportunidade de também fazer uma turnê com uma banda como a Neck Deep, que atualmente tem sido influência pra tanta gente?

Márcio: Foi completamente surreal. Nem nos nossos maiores sonhos a gente esperaria isso. A tour com o The Story So Far tem uma história que pouca gente conhece. Em 2012 nós lançamos um EP de fim de ano chamado “DozeTreze” com duas músicas e uma delas era uma versão de “Quicksand” do primeiro disco do The Story So Far. A gente nem SONHAVA que eles viriam ao Brasil e, muito menos, que seríamos convidados para abrir a tour dos caras no nosso país. Até hoje a gente comenta detalhes de como foi essa experiência. E aprendemos a sonhar mais. A oportunidade com o The Wonder Years foi sensacional também porque eles são uma banda que está em todas as nossas conversas. Sempre comentamos de como eles escrevem e de todo o sentimento que eles entregam nos discos. Então, poder abrir um show deles foi uma felicidade inexplicável também.


WAF: Qual foi seu show favorito até agora, por quê? E qual é a sua música favorita para tocar ao vivo? 

Márcio: Eu amei muito toda a tour com o The Story So Far, mas vou nomear como preferido o show de lançamento do disco “Nós Somos Tudo O Que Temos” em Junho do ano passado. Foi um dia perfeito. Muitos amigos presentes, pessoas que não nos conheciam compareceram, bandas amigas tocando, minha mãe foi e até pedido de casamento teve! Minha música preferida para tocar ao vivo é bastante difícil de decidir haha, vou escolher duas: “Não Dá Para Ganhar Todas” e “Mim Acher”.


WAF: Tem algo que gostariam de dizer para todos os fãs da banda?

Márcio: A primeira coisa é OBRIGADO. Nós somos muito gratos a todas as pessoas que dedicaram/dedicam um ou mais minutos de suas vidas para o Dinamite Club. Seja indo a um show, dando play ou comprando um merch. Nós amamos muito o que fazemos e ficamos honrados de outras pessoas também gostarem. Sempre vai ser incrível pra gente conhecer ainda mais pessoas através da música. E a segunda coisa não é só para quem nos acompanha, mas para todas as pessoas: compareçam aos shows independentes. Sua nova banda preferida pode estar lá. Apoiar a cena local e nacional é fundamental para a cultura. A gente sabe que o tempo é curto e o dinheiro é pouco, mas sempre que der, tente ir. Você é importante. Todos nós somos importantes. E nós somos tudo o que temos. Nos vemos na tour com o Neck Deep e tomara que cada um volte para a casa com energia boa nos corações.



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R.I.P Leon Martinez

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